Mãe de Power Point

Confira esta semana minha coluna na Revista Pais & Filhos. 

Na vida real, não conheço mães perfeitas, mas conheço excelentes mães, verdadeiras, cheia de pequenos defeitos e outras tantas qualidades…

http://revistapaisefilhos.uol.com.br/blogs-e-colunistas/vida-de-equilibrista/mae-de-powerpoint

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Novo livro! O olhar de nossos filhos sobre nossas vidas de equilibristas



Estudo inédito realizado com 500 crianças e jovens, de 6 a 22 anos, da classe AB, na cidade de São Paulo, mostra a realidade dos filhos diante da entrada maciça das mulheres no mercado de trabalho.

As inquietações são sempre as mesmas quando as mulheres assumem a maternidade sem abrir mão da vida profissional. Elas se tornam “equilibristas” na tentativa de conciliar várias atividades. Mas surgem, inevitavelmente, vários questionamentos quando os filhos estão envolvidos nesse processo. Qual o impacto na vida do meu filho a partir do momento que optei por trabalhar fora e dedicar menos tempo a ele? Será que ele é ou será feliz?

Para obter uma leitura mais realista do que passa na cabeça e coração desses filhos diante do dilema das mulheres modernas, a psicóloga, escritora e mãe, Cecília Russo Troiano, ouviu 500 crianças e jovens, de 6 a 22 anos, sendo metade filhos de mães que trabalham e metade de mães que não trabalham fora, da classe AB, na cidade de São Paulo. A pesquisa combinou análises qualitativas e quantitativas. Também foram entrevistados diversos profissionais que se relacionam direta e indiretamente com esses jovens (pediatra, professoras, terapeutas, entre outros).

Esse estudo deu origem ao livro “Aprendiz de equilibrista: Como ensinar os filhos a conciliar família e carreira”, que a Editora Évora lançará dia 14 de abril, na Livraria da Vila – Rua Fradique Coutinho, 915, pelo selo Generale. É um projeto inovador, pois mostra pela primeira vez na literatura brasileira o olhar dos filhos sobre o fenômeno social da entrada maciça das mulheres no mercado de trabalho. O livro discute o tema abordando duas óticas: uma relacionada à vivência do presente e outra ao projeto de futuro dos filhos. Cada uma dessas óticas constituirá uma parte do livro. Também é proposta da autora trazer as principais questões relacionadas a essas vivências e oferecer dicas concretas para pais e mães.

O livro apresenta pontos que identificam, longe dos rótulos de geração A, B, X, Y ou Z, os jovens que convivem com a realidade dos pais e que já aprenderam a se manter e a conciliar a rotina de atividades escolares e extracurriculares, mas com qualidade de vida. Mostra ainda que os pais estão conseguindo, por sua vez, atingir com êxito o maior dos desafios: formar cidadãos conscientes do papel na sociedade desde a mais tenra idade, se isso é bom ou ruim cada um vai ter que apostar para saber, mas certamente a geração que está sendo formada faz parte de uma elite que não desanima por qualquer coisa e que desafios serão sempre preconizadores do sucesso em qualquer empreitada.

Mas não há só o lado da mãe que trabalha em “Aprendiz de equilibrista”, em dado momento a autora exemplifica sua pesquisa com a postura masculina e traz como exemplo o comportamento de um pai equilibrista que pode ser bem enaltecedor – o de Barack Obama – onde explica que o presidente fecha a agenda na Casa Branca para marcar presença em ocasiões importantes como um recital de flauta de Malia ou um jogo de futebol de Sasha. “O presidente da nação mais poderosa do mundo serve como exemplo de uma geração de homens que estão cada vez mais envolvidos com a vida familiar”, destaca Cecilia.

Conclusões do estudo:

  • As crianças hoje encaram com naturalidade o fato de ambos os pais trabalharem e também percebem desvantagens quando a mãe não trabalha fora. Numa escala de 1 a 5, atribuem 4,6 para a afirmação: “acho natural minha mãe trabalhar fora”.  Vários sentimentos estão envolvidos na relação com ambos os pais: a saudade e a falta de tempo são alguns deles. Mas todos concordam que não dá para viver sem os frutos do trabalho e têm ampla consciência de que, quanto mais bem-sucedidos os pais, maiores os benefícios para si (boas escolas, brinquedos, viagens, lazer).
  • Questionados sobre porque o pai e a mãe trabalham, o repertório de explicações apontam, em primeiro lugar, para ganhar dinheiro, em segundo lugar, para dar uma vida melhor à família, depois para comprar coisas para os filhos e, em quarto lugar, porque eles gostam.
  • Amiga e carinhosa são atributos clássicos associados às mães e os que encabeçam a lista na hora dos jovens definirem suas mães.  Mas, trabalhadora é o primeiro adjetivo citado, com 55% de menções, pelos filhos das mães que trabalham, além disso, a consideram menos protetora e mais inteligente do que os filhos das que não trabalham fora de casa. Todos, sem exceção, elegeram uma imagem da mulher na cozinha como representativa da mãe – ou seja, trabalhe ou não fora, ela ainda é responsável por alimentar a família.
  • O modelo tradicional de paternidade, o do provedor, ainda é a imagem mais forte na mente dos filhos: 64% apontam essa característica para definir o pai. Mas depois de trabalhador, a segunda palavra associada aos pais é brincalhão, o que mostra que os homens têm mais tempo e disposição mental para viver momentos de lazer com sua prole. Na hora de escolher imagens que representem o pai, as crianças escolheram várias associadas ao mundo profissional, mas uma das campeãs foi a do pai relaxando, sem fazer nada!
  • Muitos filhos não sabem qual é exatamente o trabalho dos pais. Curiosamente, as meninas sabem mais do que os meninos. Em geral, os filhos sabem mais sobre o trabalho da mãe do que dos pais. Provavelmente, as mães justificam mais a sua ausência e dão mais detalhes sobre os motivos de estar fora de casa. Pode ainda existir o estilo de pai mais fechado, que divide pouco os assuntos profissionais com a família.
  • Em geral, os filhos têm orgulho de ambos os pais, atribuindo uma nota alta para esse sentimento. Em média, atribuem um orgulho igual a 9 em relação à mãe, trabalhando ou não fora de casa, numa escala que vai de 0 a 10. Curiosamente, pais cujas esposas não trabalham fora geram mais orgulho do que pais que dividem o sustento da família com a mulher (9 x 8.4).
  • E as crianças se adaptam ao que vivenciam. Prova disso é que, quase na mesma intensidade, os filhos estão satisfeitos com a opção da mãe de não trabalhar ou de trabalhar fora. Em ambos os casos, 75% aprova a decisão da mãe, seja ela qual for.
  • Em um termômetro medindo a felicidade dos filhos (de 13 a 22 anos), a nota média dada por eles mesmos foi de 8,5, sejam filhos de mães que trabalham fora ou mães em período integral.  Ou seja, estão bem felizes e mais do que isso, essa felicidade não tem relação direta com a ocupação de suas mães.
  • Os pais servem como modelo de vida, pois muitos querem família e filhos. Para as meninas, nem aparece a opção de não trabalhar, portanto serão todas equilibristas. A maioria dos jovens sonha trabalhar menos do que seus pais, tendo mais tempo para si e para a família. Na geração dos pais, almejava-se a conquista, o poder e o acúmulo de bens, a geração de nossos filhos, típicos representantes da geração Y (jovens da atualidade) briga por satisfação no trabalho e equilíbrio entre vida profissional e pessoal.
  • Quais os modelos e referências dessas crianças e jovens? Quais as características e os sonhos da geração Y? Todos buscam ser bem-sucedidos, se divertir e conquistar rapidamente o que desejam. Entre os participantes da pesquisa desenvolvida, no futuro, as meninas se enxergam bonitas, profissionais e mães e os meninos se imaginam bonitos, independentes, com família e um trabalho bacana. Enfim, serão mesmo equilibristas!
  • A mulher equilibrista continuará com muitas funções, mas irá definir melhor suas prioridades. Sua vida será melhor equacionada e menos sofrida, pois haverá mais opções para ajudá-la (já que o equilibrismo será o padrão). Novas tecnologias e consumo sustentável influenciarão a rotina das famílias e o papel dos homens crescerá, pois eles irão ajudar mais na criação dos filhos. Essa geração deve pensar melhor o ganhar x o usufruir, alcançando maior equilíbrio.


Mães blogueiras na mira

Parece que papo de mãe virou coisa séria e mais do que isso, interessante! Por muito tempo, as conversas entre mães eram vistas como úteis apenas para as próprias. Fora isso, todos achavam uma perda de tempo ficar trocando ideias sobre fraldas, lugares para levar os filhos ou dificuldades para retomar a carreira após o nascimento do bebê.

Parece que agora somos valorizadas justamente pelo nosso papo de mãe! Quem diria, hein? Nos EUA, os publicitários perceberam que nesses espaços de trocas que ocorrem em dezenas de blogs escritos pelas mães há um território fértil para a divulgação de marcas. Eles acreditam que o ambiente é construído com base na troca de experiências e dicas e que há uma enorme credibilidade dessas mensagens trocadas. Mãe confia em mãe. O que eles querem é pegar uma “carona” na esteira dessa credibilidade já instalada nesses blogs e inserir marcas no meio dos papos. Assim, por exemplo, quando uma mãe relatar a festa de 1 ano da filha, ela pode dar detalhes da marca de pratinhos que comprou, da empresa que fez a animação e da loja onde comprou o vestido da criança. Claro, em troca, por exemplo, essa mãe pode ter a festa inteira patrocinada pela empresa “parceira”. São verdadeiros posts pagos, a autora rasgando elogios ao produto.

Acredito que isso é um enorme risco à credibilidade desses blogs. Eles perdendo sua vocação espontânea de troca e assumindo um caráter meramente comercial. Sem dúvida, toda a graça de um bom papo entre mães ficará comprometida em nome de vantagens ecônomicas. Espero que essa moda não pegue por aqui.

Crianças reinando!

princesa jpegNa última quinta feira, dia 14 de maio, estive num encontro privilegiado na sede do Grupo Pão de Açúcar. A área de Inteligência de Mercado da empresa organizou um encontro para os executivos, de diversas áreas, com palestras e debates relacionados à família e crianças. As palestrantes foram: Fatima Zagari, pela VIACOM (detentora dos canais Nickelodeon, VH1 e MTV), Aurélia Picoli e Ana Amélia De Cesaro pela Play, empresa especializada em pesquisa de mercado com crianças, além de minha palestra “Vida de Equilibrista”. Não preciso nem dizer que foi ótimo e espero que também para os executivos da empresa. Apenas queria registrar 5 pontos que achei bacana de tudo o que pude ouvir e participar do debate:

1. As crianças estão “dominando” as famílias: definem o que a família vai jantar, que carro vão ter, onde passarão as férias etc. E os pais, culpados pela “ausência”, cedem na maioria das vezes.

2. Limites, limites, limites!!! As crianças precisam e muito deles. Elas praticamente imploram isso para os pais.

3. TV ainda é um grande passatempo das crianças, quase exerce a função de babá na ausência dos pais;

4. Crianças de classes populares respeitam mais a hierarquia entre pais e filhos; e, já acostumados com vário “nãos”, demonstram menos frustração diante de alguma negativa dos pais, por exemplo, para algum produto que desejariam comprar.

5. Pais ainda participam pouco das tarefas relacionadas aos filhos! Precisamos chamá-los mais!!

Enfim, nada disso é novidade para nós, mas nunca é demais recordar, certo? Cecília.

Homens estão se sentindo mais cansados para equilibrar vida profissional e familiar

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Pois é, não pensem que apenas os nossos equilibristas brasileiros vivem esse drama, os americanos estão sofrendo para equilibrar seus pratinhos também e muito!

 Numa pesquisa realizada nos EUA com 3500 profissionais foi divulgada recentemente no USA TODAY (26/03/2009) e mostra dados interessantes. 59% dos pais entrevistados relatam que sentem algum conflito entre o equilíbrio da profissão com a vida familiar. Em 1977 esse mesmo indicador apontava 33%. Ou seja, claramente o acréscimo desse sentimento mostra duas coisas: eles estão mais envolvidos na esfera doméstica e mais do que isso, estão bem atrapalhados com essa dupla missão. As mães entrevistadas também mostraram um acréscimo de conflito nesse equilíbrio mas em patamares bem menores: era 40% em 1977 e passou para 45% em 2009. Ou seja, já éramos e seguimos sendo mais acostumadas com nossas jornadas duplas.

 

Outros dados interessantes apontados pelo estudo são:

 As mulheres são responsáveis por 44% do rendimento anual das famílias;

  • 26% das mulheres ganham, pelo menos, 10% mais que seus companheiros;
  • 60% discorda de que homens devem ser provedores financeiros e mulheres devam ficar com os filhos;
  • Mulheres com menos de 29 anos são similares a homens no que se refere ao desejo de crescer profissionalmente, independente de terem filhos ou não.

 

 Creio que esse último indicador seja um sinal de que mudanças estão chegando…será que as futuras gerações terão menos culpa e serão menos estressadas e conflitadas? Tomara…vamos esperar e conferir. 

(foto: David Niblack)

Que 2009 seja bem equilibrado!!

Olá, equilibrista!

Se você já acompanha o site desde o início (abril 2008), queremos agradecer as suas visitas e as colaborações (enviando textos, comentários, votando no fórum)! Caso você tenha começado a ler o site nos últimos meses, esperamos que tenha gostado.

Adoraríamos ter a sua opinião sobre o que discutimos e relatamos durante o ano de 2008 e, mais ainda, estamos curiosas para saber quais temas interessam pra você em 2009.

A nossa divulgação é no boca a boca, mas temos aumentado o número de cadastradas todos os meses! Por isso, envie os depoimentos que mais gostarem para as amigas: só quem se cadastra recebe quinzenalmente a chamada para o novo assunto do site.

Nós duas estaremos de férias – inclusive do site – em janeiro, mas voltamos em fevereiro com novidades e força total! Espero que seu ano comece com pé direito e que muitas coisas boas se realizem no lado profissional e no familiar!

Um feliz 2009 e muito mais equilíbrio para você!

Cecília e Maggi fogos-konrad-mostert